A malária é considerada um grave problema de saúde pública no mundo, sendo uma das doenças de maior impacto na morbidade e na mortalidade da população dos países situados nas regiões tropicais e subtropicais do planeta. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 247 milhões de casos de malária foram registrados em 2021 em 84 países endêmicos. Em 2020 eram 245 milhões de casos. A maioria deste aumento ocorreu em países da Região Africana. Os óbitos por malária reduziram de 625.000 em 2020 para 619.000 em 2021.
No Brasil, a região amazônica é considerada área endêmica para malária no país, registrando 99% dos casos autóctones. A região compreende os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão. Nas áreas fora da região amazônica mais de 80% dos casos registrados são importados dos estados pertencentes à área endêmica e outros países amazônicos ou do continente africano. Apesar disso, existe transmissão residual de malária em estados da região extra-amazônica, principalmente em áreas de Mata Atlântica (SP, MG, RJ e ES).
Dados do Ministério da Saúde apontam uma queda na frequência de casos de malária a partir de 2010 até 2016. Porém, em 2017, foi registrado um aumento de 52,7% nos casos autóctones em relação ao ano de 2016, com 189.515 casos. Em 2018, houve redução de quase 1%. A partir de 2019 observa-se uma redução mais expressiva de 18,4%, sendo notificados 153.269 casos autóctones. Em 2020, foram registrados 143.403 casos autóctones de malária no país, uma redução de 6,4% em comparação ao ano anterior e em 2021 foram 139.112 casos autóctones, representando uma redução de quase 3% em relação a 2020. Do total de casos autóctones registrados no país em 2021, 17% foram de malária por P. falciparum e malária mista, sendo os outros 83% de malária por P. vivax e outras espécies.
Em relação às mortes por malária, no ano de 2018 houve um aumento significativo no número de casos de malária no Brasil. Neste ano, o número de óbitos aumentou 64,7%, indo de 34 em 2017 para 56 em 2018. No ano seguinte, 2019, houve redução de 33,9%, tendo o Brasil registrado 37 óbitos. Em 2020 ocorreu novo aumento, neste ano foram registrados 51 óbitos, 37,8% de aumento em comparação ao ano anterior. Em 2021, de acordo com dados preliminares, foram registrados 58 óbitos por malária no país, representando 13,7% de aumento em comparação a 2020. A letalidade por malária na região amazônica é baixa (0,04%) enquanto no restante do país a letalidade chegou a ser 23,25 vezes maior em 2021 (dados preliminares). O óbito nestas áreas ocorre, na maior parte, em pessoas que vêm infectadas de outros países ou de estados da região amazônica e não recebem o diagnóstico e tratamento oportunos e adequados devido à dificuldade na suspeição de uma doença relativamente rara nestas áreas e desinformação dos viajantes a respeito dos seus riscos.
Enquanto as vacinas não comprovam sua eficácia, a melhor medida de contenção do avanço da endemia é o controle do vetor.
Fonte: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/m/malaria/situacao-epidemiologica-da-malaria
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