A leishmaniose é causada por um parasita protozoário incluindo mais de 20 espécies de Leishmania. Sendo que mais de 90 espécies de flebotomíneos são conhecidas por transmiti-la.
Existem três formas principais da doença:
Leishmaniose visceral: Fatal se não tratada, é caracterizada por crises irregulares de febre, perda de peso, aumento do baço e do fígado e anemia.
Leishmaniose cutânea: A forma mais comum, causa lesões cutâneas, principalmente úlceras, em partes expostas do corpo, deixando cicatrizes permanentes na pele e resultando em deficiência grave ou estigma.
Leishmaniose mucocutânea: Leva à destruição parcial ou total das mucosas do nariz, boca e garganta.
Os parasitas Leishmania são transmitidos por meio de picadas de mosquito palha fêmeas infectadas, que se alimentam de sangue humano para produzir ovos. A Leishmaniose Visceral é endêmica em 76 países e, no continente americano, está descrita em pelo menos 12. Dos casos registrados na América Latina, 90% ocorrem no Brasil. Em 1913 é descrito o primeiro caso em necropsia de paciente oriundo de Boa Esperança, Mato Grosso. Em 1934, 41 casos foram identificados em lâminas de viscerotomias praticadas post-mortem, em indivíduos oriundos das Regiões Norte e Nordeste, com suspeita de febre amarela.
Nos seus esforços globais para controlar o impacto das leishmanioses, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou pela primeira vez dois documentos de orientação essenciais para programas e investigações: um relatório de estudo laboratorial multicêntrico e consultas a peritos da OMS sobre a determinação de concentrações discriminatórias de inseticidas para monitorizar a resistência em flebotomíneos e um manual operacional sobre controle, vigilância, monitorização e avaliação do vector da leishmaniose.
https://www.who.int/publications/i/item/9789240064416
https://www.who.int/publications/i/item/9789240060340
A Leishmaniose Tegumentar (LT) tem ampla distribuição mundial e no continente americano há registro de casos desde o sul dos Estados Unidos ao norte da Argentina, com exceção do Chile e Uruguai. Em 1909, foi descrita formas de leishmânias em úlceras cutâneas e nasobucofaríngeas em indivíduos que trabalhavam na construção de rodovias no interior de São Paulo. Desde então, a doença vem sendo descrita em vários municípios de todas as Unidades Federadas. Em média, são registrados cerca de 21.000 casos/ano, com coeficiente de incidência de 8,6 casos/100.000 habitantes nos últimos 5 anos. A região Norte apresenta o maior coeficiente (46,4 casos/100.000 habitantes), seguida das regiões Centro-Oeste (17,2 casos/10.000 habitantes) e Nordeste (8 casos/100.000 habitantes).
As melhores medidas de contenção do avanço da endemia são através de uso preventivo de coleiras impregnadas com deltametrina em cães (reservatórios do parasita), controle do vetor com aplicação residual de alfacipermetrina em criadouros, além de manejo ambiental evitando o acúmulo de matéria orgânica.
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